O transtorno bipolar é um distúrbio mental bastante complexo e ainda pouco compreendido pela maioria das pessoas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que cerca de 60 milhões de pessoas ao redor do mundo sofram com esta condição. Uma das principais questões enfrentadas por quem convive com este transtorno é entender, na prática, o que ocorre no cérebro de uma pessoa com essa condição. Neste artigo buscamos esclarecer como funciona a cabeça de uma pessoa com transtorno bipolar, analisando os aspectos cognitivos, emocionais e comportamentais dessa doença.
O cérebro em pessoas com transtorno bipolar
O transtorno bipolar interfere no funcionamento normal do cérebro, alterando neurotransmissores responsáveis por regular emoções, pensamentos e comportamentos. Dentre os principais neurotransmissores afetados estão a serotonina, dopamina e noradrenalina, cujo desequilíbrio pode gerar sintomas como depressão, aumento de energia e irritabilidade. O diagnóstico precoce e a adoção de tratamentos adequados são essenciais para proporcionar melhor qualidade de vida aos pacientes.
Estruturas cerebrais envolvidas
Estudos recentes apontam que diversas áreas do cérebro são afetadas pelo transtorno bipolar, incluindo o córtex pré-frontal, hipocampo, amígdala e núcleo accumbens. Essas áreas são responsáveis por funções como tomada de decisões, memória e emoções. É importante salientar que a compreensão sobre esses aspectos ainda é bastante limitada, não permitindo afirmar com precisão quais as causas e como ocorrem estas alterações cerebrais.
Sintomas cognitivos do transtorno bipolar
Dentro da cabeça de uma pessoa com transtorno bipolar, percebemos diversos sintomas cognitivos associados às flutuações extremas de humor típicas desta condição.
Dificuldade na concentração
Muitos pacientes enfrentam dificuldades em se concentrar, especialmente durante os episódios maníacos. Nesta fase, a grande quantidade de pensamentos e planos pode levar à desconcentração e incapacidade de concluir tarefas. Já nos períodos depressivos, a falta de motivação e o esgotamento mental também afetam negativamente a capacidade de manter o foco e prestar atenção no que está sendo feito.
Lentidão na capacidade de processamento
Em algumas situações, como em um episódio depressivo, é comum notar uma lentificação na capacidade de raciocínio e entendimento das informações. Isso causa um impacto significativo na vida cotidiana, tornando mais difícil realizar atividades simples ou complexas, tomar decisões e resolver problemas.
Aspectos emocionais do transtorno bipolar
No que concerne às emoções, é fundamental compreender que cada pessoa afetada pelo transtorno bipolar experimenta os sintomas de forma única e intensidade variável. O cérebro desses indivíduos opera em uma dinâmica própria, caracterizada por flutuações entre dois polos: a mania e a depressão.
Episódios maníacos
Durante um episódio maníaco, muitas vezes há a presença de altos níveis de energia, autoestima exagerada, sensação de grandiosidade e ideias extremamente positivas em relação ao futuro. Há também expressiva necessidade de comunicação, o que pode levar a falar sem pausas, além de comportamentos impulsivos, como gastos excessivos ou envolvimento em atividades de alto risco.
Episódios depressivos
Por outro lado, nos períodos de depressão, é frequente observar uma profunda tristeza, apatia, perda de interesse pelas atividades rotineiras e isolamento social. As pessoas com transtorno bipolar podem passar de um estado emocional para outro rapidamente, levando a instabilidade emocional e dificuldades em lidar com os sentimentos. Essas oscilações geram impacto negativo nas relações interpessoais e contribuem para o estigma em torno da doença.
Comportamentos associados ao transtorno bipolar
O transtorno bipolar não apenas altera os pensamentos e emoções, mas também provoca mudanças no padrão de comportamento das pessoas portadoras dessa condição. Entre os comportamentos mais característicos estão:
Irritabilidade e agressividade
É comum que a pessoa bipolar apresente, durante os episódios maníacos ou depressivos, maior irritabilidade e, em alguns casos, comportamento agressivo. O estresse gerado pelas oscilações emocionais dificulta o convívio social e pode levar ao afastamento de amigos e familiares.
Comportamento compulsivo
Ocorre também muitas vezes um alto grau de compulsividade nos períodos de mania, podendo manifestar-se através de compras exageradas, consumo excessivo de álcool ou drogas, e até envolvimento indiscriminado em atividades sexuais.
Ao entendermos mais sobre como é a cabeça de uma pessoa com transtorno bipolar, é possível ajudá-la a buscar as estratégias corretas para lidar melhor com seus sintomas, estimulando a busca por tratamento médico e terapêutico adequado e, consequentemente, melhorando sua qualidade de vida.